segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

4. NAVEGANDO JUNTOS: CONSTRUINDO UMA ALDEIA DE SONHOS POSSÍVEIS


Com o trabalho conjunto foi possível observar que a escola continua enfrentando graves problemas como a evasão, a repetência, defasagem idade série, falta de apoio do poder público municipal (profissionais especialistas nas áreas pedagógicas e de assistência social e administrativa), e tendo ainda uma dificuldade para assumir em condições teóricas e práticas uma proposta de educação coletiva e inclusiva que evidencie a concepção de educação que norteia o trabalho desenvolvido na comunidade escolar.
Entendendo que as dificuldades vão continuar existindo e que o compromisso que temos é com o sujeito que sustenta as melhores e as mais sofridas escolas públicas deste país, procuramos dialogar com o objetivo de desenvolver ações na busca de soluções para os problemas mais urgentes e construir caminhos para sanar as maiores dificuldades.
Estas ações estão vinculadas a todos os programas, conteúdos, metodologias e avaliações a serem desenvolvidas no projeto político pedagógico, de forma interdisciplinar e modificados e reavaliados quando necessário, uma vez que os mesmos apresentam uma base de reflexão através da ação.
Ao pensar nosso projeto com uma proposta pedagógica que atendesse aos anseios de nossa comunidade, fez-se necessário analisar também os programas que adotamos, que ora parecem trilhar uma prática tradicional e com raízes no behaviorismo, como os programas de Aceleração para Jovens e Adultos, que fazem parte de nossa programação e que apesar de serem programas prontos são adequados à nossa concepção de Educação, que vem sendo construída nos últimos anos pensando um sujeito mais autônomo e ativo, mas que não aprende por si só, que necessita de orientação pedagógica e do outro sujeito – o orientador, intermediador e das reflexões que podem ser feitas a partir do diálogo. Assim sendo, citamos Paulo Freire, que na busca da autonomia propõe um trabalho voltado para o social, para o ser plural, da libertação por meio da educação, que tem como principal método o diálogo, numa relação intima entre sujeito – objeto – sujeito.
Dentro desta proposta que não foi criada nesse momento e que parece um pouco complexa, mas que foi revisada e discutida, identificamos o papel  dos gestores  como indispensável, pois  são os responsáveis pela maioria das  ações. Para tanto, apresentamos uma proposta pedagógica coletiva fundamentada basicamente nas ideias de Jean Piaget e Vygotsky, pois a escola atende crianças da educação Infantil e Ensino Fundamental, nas modalidades regular, EJA e especial, buscando a construção do saber partindo do reconhecimento de um sujeito histórico, político e social, que possa assumir seu espaço na sociedade como um cidadão de direitos com responsabilidade social. Portanto há uma tendência maior à teoria sócio-interacionista que identifica o ser humano como uma totalidade, onde o aprender é descobrir, modificar, inventar com base nas potencialidades natas e na sua interação com o mundo, construindo e reconstruindo a partir do conhecimento do meio até a sistematização escolar.
Segundo Vigotsky, a situação de aprendizado com o qual o educando se defronta na escola tem sempre relação com os conceitos que ela já formulou a partir de suas experiências. O Aprendizado escolar produz algo novo no seu desenvolvimento. Da mesma forma que os conhecimentos espontâneos interferem na compreensão dos conhecimentos específicos, estes últimos modificam a qualidade dos primeiros. Diagnosticar a zona de desenvolvimento proximal e real (VIGOTSKY,1989) possibilita  ao educador entender o curso interno do desenvolvimento do aluno, dirigindo sua prática educativa para que o que hoje a criança faz mediante a sua intervenção seja a sua zona de desenvolvimento real amanhã.
Pensando assim a escola deve possibilitar ao homem ser contemporâneo de seu tempo, submetendo as tendências universais a uma análise crítica para determinar a validade da universalidade para sua particularidade. Responder simultaneamente aos problemas postos pela particularidade e aos desafios da humanidade no que há de mais universal é função da escola. Desvelar a realidade pressupõe sujeitos autônomos que interajam no meio social. Piaget propõe como finalidade para educação favorecer a construção da autonomia do sujeito: moral e intelectual. Para Vigotsky, o sujeito é capaz de transformar o meio pela ação-interação, o que pressupõe um alto grau de autonomia, o que requer a descentralização do seu ponto de vista para se colocar no ponto de vista dos outros e acata-lo como seu, se assim for decidido pela maioria, isso pressupõe uma educação que é antes de tudo um ato político.
O Regimento Escolar pensado e discutido com todos os seguimentos, seguindo uma base padrão da legislação vigente, traz nossas particularidades, garante o desenvolvimento das ações, assegura a gerencia das pessoas e dos processos de forma alinhada com o pensamento da comunidade escolar e da proposta pedagógica da escola. Este dará base legal ao funcionamento da escola que conduzirá o processo de ensino para que no desenrolar de suas atividades a aprendizagem possa acontecer.
 Os recursos financeiros do Colônia Agrícola geridos pela Comunidade escolar são advindos de programas do Governo Federal como o PDDE, PDE-Escola, PDDE acessibilidade. Esses são os principais recursos administrados pela escola, que conta com a participação do Colegiado escolar do conselho docente e do Conselho fiscal. As ações financiáveis são amplamente discutidas com o conselho docente e com o colegiado e a prestação de contas é feita rigorosamente.
Ações de infraestrutura e de pessoal são executadas pela Secretaria Municipal de Educação e pequenas ações de mobilização da comunidade e de festividades são realizadas com o apoio da comunidade e patrocínios e com boas parcerias no âmbito da comunidade que além de ajudar na execução das ações cria um laço de responsabilidade social reciproca e confiável.
Com um trabalho conjunto e afiado com as propostas que já tínhamos foi possível realizar melhor as ações que a comunidade escolar tinha para o ano e alinhar as atividades do Progestão, a saber:
Ø  Realização das reuniões ordinárias de pais e mestres de acordo com o calendário escolar;
Ø  Realização do projeto de concurso poesia sobre drogas com parceria com IF baiano- Campus Guanambi, implementação da sala multifuncional com atendimento aos alunos com deficiência no contra turno;
Ø  Melhoramento do projeto de avaliação incluindo a avaliação da gestão e dos professores;
Ø  Oferecimento de formação digital para os funcionários da escola;
Ø  Realização do I ciclo de palestras sobre inclusão para pais, funcionários, professores e todos os alunos da escola;
Ø  Revisão do Regimento escolar com a participação de todos os envolvimentos;
Ø  Análise do rendimento escolar em conselhos de classe a cada bimestre
Ø  Realização de grupo de estudos com os alunos com dificuldade no Fundamental II.

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