segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

10. Anexos - memorial (Iziane Lopes Lima)

SECRETARIA M. DE EDUCAÇÃO DE GUANAMBI
DEPARTAMENTO DE ENSINO 

PROGESTÃO MUNICIPAL
  
IZIANE LOPES LIMA

MEMORIAL EDUCACIONAL

Memorial apresentado ao Programa de Capacitação a Distância para Gestores Escolares do Município de Guanambi – Bahia, para créditos da avaliação do curso.
Profª Orientadora Esp. Lindomar Santana

Setembro/2011


MEMORIAL DO PROGESTAO


Trajetória educacional

Aluna de escola pública, minha trajetória na educação começa aos 7 anos no Grupo Escolar Colônia Agrícola de Ceraíma, onde estudei as primeiras séries do Ensino Fundamental, antigo 1º grau. De uma educação tradicional, me lembro apenas do prazer de aprender, adorava ir para escola, fazer as tarefas e tirar boas notas. As séries finais e também o ensino Médio foram feitos no Colégio Estadual Governador Luiz Viana Filho, onde fiz o curso de Magistério e depois os Estudos adicionais em Língua Portuguesa.  Minha primeira experiência como professora foi de estagiária na turma de 1ª da Professora Aparecida no Colégio Gercino Coelho. Tirei um penoso 8,8 de nota. Fiquei arrasada e implorei à professora Helena Amaral, professora de estágio, uma segunda chance. Precisava me superar. Com uma nova oportunidade e superando minhas dificuldades, a tão sonhada excelência acabou vindo em muitos “dez” em regência de classe e talvez daí um gosto pelo magistério, que me acompanha até hoje

Concluído o curso de Magistério fiz seleção para professora da 4ª série numa escola particular, passei e lá trabalhei 1 ano, depois fiz vestibular para o curso de pedagogia no noturno na Faculdade de Educação de Guanambi FAEG/UNEB e comecei a trabalhar de secretária na Inspetoria da Fazenda durante o dia. Saia de casa às 6 horas da manhã e só retornava às 23:30, hora de estudar, até à 1:00 h da manhã, todos os dias. Da Inspetoria para Embasa, assim ia me mantendo na Faculdade. 1997 fiz concurso para professor de Língua Portuguesa, na Prefeitura Municipal de Guanambi, aprovada por excelência em 1º lugar, fui trabalhar no Colégio Municipal Professora Josefina Teixeira de Azevedo, enquanto concluía meu curso na faculdade.  No ano seguinte, já graduada e cursando especialização em língua Portuguesa, fui removida para o Grupo Escolar Colônia Agrícola de Ceraíma, escola onde aprendi a traçar as primeiras letras. A escola havia sido municipalizada e concorri às eleições para diretores escolares em 2000. Uma experiência notável. Tive oportunidade de vivenciar a educação por um outro olhar, a partir de então, eu queria poder resolver os problemas da educação, nem que fossem só os da minha escola. Doce ilusão! A cada etapa vencida muitos novos problemas e mais complexos apareciam: falta de recursos, professores sem capacitação, muitos sem formação, estrutura física escolar ruim, alunos desmotivados, crianças em idade escolar fora da escola, evasão, repetência, distorção série idade e tantos outros. Findado o mandato de 2 anos. Fiz novo concurso para coordenador pedagógico da rede Municipal e fui aprovada, agora com duas funções, coordenador e professor. Lecionei de Língua portuguesa à matemática, passando por  Geografia, História, Redação, inglês e Artes. Com o trabalho como Coordenadora, foi possível organizar o Projeto Político pedagógico da escolar juntamente com a comunidade escolar e buscar parceria com o colegiado e o conselho docente. Em 2003 fui selecionada como professora substituta da UESB/BA para lecionar Didática e avaliação a aprendizagem, trabalhei na universidade por dois anos e pude aprimorar as técnicas de estudo e pesquisa. Quando retornei para a escola, fiquei servindo ao centro de treinamento pedagógico CETEP como coordenadora de PDE escola e das disciplinas diversificadas, fui presidente do Conselho do FUNDEB, do Conselho Municipal de Educação, Vice-diretora,  participei de vários cursos de formação continuada na minha cidade e também por todo o Brasil. Em 2009 retornei a direção da escola em mais uma eleição direta. Agora mais experiente, não menos ansiosa. O trabalho como diretor é sempre uma novidade. Os desafios são sempre os mesmos, as oportunidades de superação são sempre novas. Em 2010, iniciei o curso de pós graduação em gestão, pela Escola de Gestores da UFBA, e agora a oportunidade de cursar o Progestão que é uma capacitação à distância num formato muito bom.


 Dando inicio ao Progestão:

O primeiro encontro do progestão me deixou aflita, com a quantidade de tarefas que precisava desenvolver, e com mais o curso de gestão, a Presidência do Conselho Municipal de Educação, uma escola de 518 alunos para gerir, desde a educação infantil, ensino fundamental I e II, EJA e educação Especial, uma filha de 8 anos para acompanhar, haja madrugada! Pensei em desistir, mas a temática é sempre um desafio e o que é a vida senão uma superação a cada desafio?
O módulo I, trouxe a tona questões bem antigas na escola, mas muito difíceis de serem mantidas sempre em evidência: a função social da escola e as demandas da comunidade. As discussões nos grupos só reafirmaram que todos sabemos qual é função social da escola, mas que há uma grande discrepância entre saber e fazer acontecer. A participação dos segmentos escolares nos rumos que escola toma é sempre um ponto de discussão, mas essa participação necessita ser exercitada continuamente. A tarefa de reunir com os pais para saber o que fazer para aproximar mais os conteúdos trabalhados do mundo dos alunos foi excelente, mas ainda há, por parte dos pais uma crença de que a escola é que sabe como fazer isso. Já a reunião com profissionais de apoio e dom professores trouxe um resultado mais palpável, eles conhecem a realidade dos alunos, sabem das dificuldades de cada um, então propuseram mudança no currículo, adequação no PPP dentre outras ações mais imediatas. A reunião com os alunos também foi bem proveitosa, pois esses sabem exatamente o que querem, apesar de não entender os caminhos para se chegar lá.   
O módulo II “Como promover, articular e envolver a ação das pessoas no processo de gestão escolar ?” elucidou muitas das questões do módulo I do curso, pois a nossa maior dificuldade era realmente  como envolver as pessoas, como fazer com elas participassem efetivamente. Fazer uma pesquisa na escola com alunos, professores, pais, funcionários, para saber como eles viam a gestão escolar nos deu uma visão de como estamos caminhando. Embora a escola tenha sempre tomado decisões coletivas, havia muitos pontos que não tínhamos atentado ainda. Perceber que ouvir os pares é um caminho para que a democracia seja verdadeira e que nossas ações sejam melhoradas, nem sempre nos deixa contente, porque o gestor já está tão acostumado a ser o “faz tudo”, que quando é questionado sobre como está fazendo, parece injusto. Mas para se construir a autonomia tão bem debatida pelos colegas do curso e pelas intervenções da tutora, ajudou a elucidar a temática na busca da construção da identidade da escola. O que faz o gestor, neste caso nossa equipe gestora, repensar nossa prática, que não se constituía numa vertente autoritária, mas que se sufocava com tantas atribuições. Entender que participação da comunidade é uma parceria muito interessante, com certeza, foi o maior legado das discussões do módulo II, pois foi na compreensão de como articular o colegiado escolar, os líderes de turmas, as próprias eleições para dirigentes escolares que nós nos reconhecemos no processo como profissionais que quando sozinhos somos falhos, mas que em equipe organizada somos fortes, ainda que venhamos a falhar.
Assim nos percebemos no processo de construção gestão democrática, que nos é fácil, de ouvir falar, mas que encontra várias barreiras no cotidiano escolar, desde o entendimento dos princípios que norteiam o ensino público no Brasil e suas bases legais, passando pela promoção da participação dos setores da comunidade na escola, pela construção da autonomia, até o estimulo de ações que venham a dinamizar o trabalho da escola e modificar o ambiente de formação e de construção dessa democracia. Todo esse processo é uma ação contínua de todo dia, que se perde sem um planejamento e sem o direcionamento que se configurará numa prática. Só depois de se estabelecer como prática que esse processo se firmará somente pelas ações cotidianas. O trabalho da Gestão é estimar esse processo.
O encontro de discussão e partilha das experiências desenvolvidas a partir do módulo X, “como articular a gestão pedagógica da escola com as políticas públicas da educação para a melhoria do desempenho escolar?” foi uma atividade realmente proveitosa. Definir política pública parecia fácil, mas muitos ali ainda se questionavam como essas políticas se concretizavam no âmbito nacional, estadual, municipal e escolar. O debate foi significativo, pois compreender o papel das políticas públicas e a concretude delas no cenário educacional nos fez perceber o quanto é importante que o projeto escolar, que também é um projeto político e pedagógico precisa está em consonância com as ações que validaram os objetivos das políticas públicas. A atividade de avaliar a escola a partir dos dados de avaliações externas como o IDEB e Prova Brasil, nos colocou no processo com um olhar diferente, o olhar de quem avalia de fora, de quem vê  com os olhos do estado. Os indicadores de qualidade e de desempenho embora questionados, pela forma padronizada e comum a todos, permite uma visão geral de como a educação está sendo conduzida no país, e particularmente em cada escola. E esses resultados são bons indicadores de que a escola precisa refletir sobre suas práticas e também sobre as avaliações externas e internas.
A dinâmica da construção das questões, foi importantíssima para instigar a reflexão, nada melhor do que questionar a si mesmo, para entender que nem sempre tem o controle e nem as respostas, e não ter respostas muitas vezes é melhor do acreditar que as tem, prontas e imutáveis.
Observar que o IDEB de nossa escola vem crescendo, e ao mesmo tempo ter a sensação de que a educação vai de mal a pior, foi o sentimento primeiro de todos os cursistas, mas o debate e o estudo do módulo e o relato de muitas experiências, vieram amenizar esse sentimento e talvez, nos colocar numa frente a um novo desafio: Entender como os alunos aprendem, e que realmente é importante e significativo nessa era pós moderna e como que as nossas ações, as ações do PPP, do nosso projeto de escola podem está melhor elucidados e de acordo com as reais necessidades de nossos educandos.
   O estudo do módulo IX “ Como desenvolver a avaliação institucional da escola?, culminado no 5º encontro do progestão, trouxe a tona uma discussão bem silenciada nas escolas brasileiras:  a avaliação institucional. Por  que silenciada? Porque todos sabem que existe, mas ninguém nunca ouviu dizer que está sendo feita. Algumas iniciativas de programas do governo tem iniciado as discussões sobre a avaliação institucional com PDE – escola, plano de desenvolvimento da escola, que fez uma avaliação da escola nos quesitos: Ensino e aprendizagem, currículo, gestão, infraestrutura, avaliação, resultados, relações interpessoais e espaços de aprendizagem, dentro de uma dinâmica muito interessante, que previa a participação de toda a comunidade escolar. Mas essa avaliação só aconteceu nas primeiras edições do programa, nas últimas nessa avaliação era feita diretamente no sistema o que diminuiu as chances de toda a comunidade escolar participar.
Entender o processo de avaliação institucional não foi difícil, difícil foi compreender o porque da não utilização dessa pelas instituições já que  é uma exigência da LDB desde 1996. Então, sendo a avaliação um instrumento indispensável para todo organismo social, uma prerrogativa legal, que busca o desenvolvimento da qualidade da educação e a excelência na produção, sistematização e democratização do saber, foi observado que as avaliações que são feitas ainda estão muito aquém da sua verdadeira função.
De acordo com os estudos do módulo e das atividades desenvolvidas no encontro presencial do dia 06 de julho, a avaliação institucional deve se basear nas dimensões pedagógica, administrativa, infraestrutura, relações pessoais, observando o que há de bom e o que de ruim em cada uma, para que as ações de melhoramento sejam planejadas de acordo as maiores necessidades. Durante o encontro as experiências relatadas pelas escolas enriqueceram muito o debate, com a técnica do dominó reflexivo, realizado pela tutora, foi possível observar como cada escola lida com avaliação, como os pais, os professores e os alunos se manifestam no momento de refletir sobre como a escola funciona e para que a avaliação seja bem sucedida é preciso que os princípios e a finalidade da avaliação estejam claros e bem definidos, que os instrumentos utilizados sejam bem planejados, que os resultados sejam utilizados para evidenciar um projeto bem sucedido ou para redimensionar as ações do projeto escolar, que os resultados sejam divulgados e apresentados a comunidade, e que sirvam de banco de dados para futuros planejamentos.
Estudar o módulo IX deu nova vida ao pensamento pedagógico e administrativo de nossa equipe gestora, foi possível repensar nossas ações e foi gratificante, pois em muitas delas percebemos que estamos no caminho certo.

O módulo III “Como promover a construção coletiva do projeto político pedagógico” de inicio me parece um tanto familiar, na verdade quase muito familiar, mas na verdade o módulo nos faz um desafio: entender a necessidade de construir coletivamente o projeto político pedagógico, com participação de todos os segmentos professores, alunos, pais, funcionários, gestores e comunidade local e para tanto deveríamos diferenciar a autonomia legal daquela que é constituída pelos sujeitos da escola; propor a construção de projeto que tenha por base a realidade da escola, para que essa possa ser atendida; que a construção coletiva do projeto seja justificado pela sua importância e ao fim possamos realmente conceituar esse projeto.
As leituras e as atividades propostas pelo módulo fizeram com que a nossa equipe refletisse sobre muitas questões, desde a proposta que leva a unidade escolar construir seu projeto ao atendimento de uma questão que também é uma exigência legal. Nós já tínhamos um projeto político pedagógico que estava sendo revisado, por muitos motivos, desde a avaliação do cumprimento das metas e da adequação de ações que não foram possíveis de serem realizadas até a construção de novas metas e ações. O PPP do Colônia Agrícola foi construído pela primeira vez em 1999, para cumprir a exigência legal da Secretaria Municipal de Educação. Desde então, esse projeto passou por várias modificações e a ideia de construção coletiva já era uma prática na nossa escola, embora ainda tivéssemos muitas dificuldades nesse processo, uma delas, talvez a mais grave é a construção de currículo que atenda de verdade a nossa realidade. Já sabemos onde estamos pecando, mas infelizmente as ações traçadas não foram suficientes para que pudéssemos conseguir ressignificar o currículo, para que ele pudesse atender com qualidade aos nossos alunos.
O encontro deste módulo, no dia 03 de agosto, foi realmente prazeroso, contamos com a presença do Professor Ginaldo, da UNEB, que veio dialogar conosco acerca da construção do Projeto Político Pedagógico da escola e dos porquês que este instrumento tão importante para escolas leva esse nome, porque que ele é político, porque que é pedagógico e de como nós gestores devemos conduzir as discussões para mobilizar a construção coletiva desse instrumento e importância que essa prática tem pra o desenvolvimento da escola e para o caminho que os alunos vão trilhar em cada unidade escolar.  
Entender as dimensões do PPP é tão importante quanto construí-lo coletivamente, é no posicionamento político que podemos observar a importância do outro enquanto agente da transformação e como parceiro na busca por aquilo que é comum a todos, por exemplo. As dimensões do projeto, a saber: pedagógica, administrativa, financeira e jurídica demonstram que o PPP é documento dinâmico e democrático que orienta os rumos da escola. Foram nessas discussões que observamos que cada dimensão se relaciona com a outra que se baseiam em princípios que darão sustentabilidade  a todas as ações do projeto, pois para construí-lo é preciso pensar na qualidade do ensino que escola vai oferecer, nos profissionais que vão desempenhar as funções gestor, de apoio, de professor, é preciso organizar um currículo que valorize os alunos e dê condições para que eles cresçam, a relação estabelecida entre a escola precisa é estreita e de parceria, os dirigentes precisam fazer uma gestão que acolha as pessoas e essas participem do processo de direcionamento da escola, para todos possam ter acesso, permaneçam na escola e tenham sucesso.
O estudo das fases de construção do projeto nos textos complementares ao módulo enriqueceu muito o debate, pois ficou claro que para que o PPP seja construído com sucesso é necessário que tenhamos antes um diagnóstico da escola (como ela é, como se dá a prática pedagógica, sua estrutura, seus profissionais, quem são as pessoas que nelas estudam, de onde vem, o que almejam... seus recursos financeiros, seus resultados,  a  visão de mundo que se tem, sua missão, seus objetivos...), para depois propor a identidade que a escola quer construir ou se ela já tem bem definida essa identidade, o importante é que nessa fase a participação de todos é essencial, é hora de ouvir mais do que falar, e depois estabelecer que rumo tomar que concepção de educação trilhar é hora de estabelecer as ações mais adequadas ao atendimentos dos objetivos e metas traçados que priorizem os problemas mais urgentes e que base de sustentação para a realização das demais.
A atividade de análise do PPP da escola foi muito interessante, pois embora este já estivesse em avaliação na escola, foi possível olhá-lo pelo ponto de vista teórico de sua construção, não somente como instrumento que direciona as ações da escola, mas como um documento que também é um texto técnico e que precisava de ajustes. A atividade traçava as concepções do projeto também foi muito enriquecedora, pois nessa foi possível refletir sobre como as unidades escolares veem a sociedade, a educação, a escola, a aprendizagem, o currículo, e avaliação, e trocar experiências nesses momentos foi muito importante para a reavaliação do nosso documento. 
 O encontro e o estudo deste módulo deixou claro que o PPP é um instrumento que documenta a vida escolar. Nele estão contidas todas as informações da escola, seus valores, sua missão, o currículo, as ações a serem desenvolvidas e o planejamento estratégico dessas ações, bem como a avaliação da aprendizagem e a institucional, por isso se torna o projeto que dá vida a uma escola de gestão democrática.
O estudo do módulo IV “Como promover o sucesso da aprendizagem do aluno e a sua permanência na escola?” e as discussões no grupo de trabalho na escola foram importantíssimos para o trabalho desenvolvido a partir da orientação para as atividades do caderno. Tendo a aprendizagem dos nossos alunos como foco de estudo, começamos uma tarefa angustiante: tentar entender por que os nossos alunos tem um rendimento tão baixo e por que não conseguimos uma melhora significativa apesar de estamos sempre muito preocupados com essa questão e sempre realizando novas ações para que a aprendizagem aconteça de fato e que o direito a educação seja garantindo efetivamente.
Estudar um pouco das correntes filosóficas e pedagógicas, em que se baseiam a educação, foi reviver momentos de extrema dúvida sobre qual realmente seria a concepção de educação da nossa escola. Embora parecesse fácil, tivemos dificuldade em definir essa questão. Entre o tradicional e o novo, o renovado, o crítico, o integral, o interdisciplinar há muito o que se observar e constatamos que não há uma linha de pensamento bem definida para processo de ensino em nossa escola, digo o processo de ensino porque é muito complicado estabelecer uma linha de pensamento que seja absorvida por todos, não por falta de vontade, mas por divergências nos ideais, na compreensão da processo educativo, e na própria formação dos educadores, por isso pensar o trabalha pedagógico foi tão angustiante para nós. Questões como compromisso, gestão participativa, competência profissional, condições de trabalho, projeto político pedagógico, currículo significativo, estrutura e ambiente favorável, e avaliação foram postas em debate e a prática pedagógica vista como a principal responsável pelo ensino.
O encontro do dia 31 de agosto foi muito significativo, vários textos foram produzidos com a temática do módulo, como bula de remédio, receita de bolo, entrevista... com essa atividade foi possível trocar experiências e fazer um resumo dos estudos do módulo IV, questões como avaliação,  prática pedagógica e currículo foram bem debatidas e muitas experiências vieram enriquecer as discussões.
O trabalho coletivo na escola se destacou, em nossas discussões como um grande aliado para que se possa implementar as ações que melhor assegure o sucesso escolar, e coloca o gestor enquanto líder como o grande incentivador dos demais para que o grupo possa pensar, analisar, planeja e executar o que foi previsto. A organização do trabalho escolar também é uma tarefa coletiva, que deve visar o processo de ensino e aprendizagem como a principal razão de ser da escola e para isso é preciso que o ensino esteja organizado também, é preciso saber se foi criado um tempo para cada especificidade da escola, se essa organização atende aos interesses da escola, que deve ser pensada coletivamente, se o currículo é adequado ao tempo, se as metodologias são mais eficientes, se a avaliação está serviço da aprendizagem, se há tempo para os contatos com a família. Além do que o cuidado com a rotina escolar deve ser permanente, não há como trabalhar para o sucesso escolar se todas as partes do processo não estiverem funcionando bem e se não houver uma interpelação entre elas, a dinâmica da sala de aula deve ser observada sempre, para se ter a ideia de um trabalho que rende ou que está se esvaindo, a intervenção do professor é muito importante e isso só se dá dentro da sala de aula, pois a construção do conhecimento se dá no processo de interação com o professor e com os conhecimentos outra adquiridos, pois o aluno precisa daquilo que já sabe, aprendido ou não na escola para construir novos conhecimentos. Esse processo de interação que se estabelece na escola é resultado de uma rotina diária e de combinados entres eles, para tanto conhecer a realidade de cada aluno e a vida de cada do aluno, bem como suas referências sociais são imprescindíveis para a produção do material das aulas e da escola dos conteúdos e das temáticas que vai trabalhar.
A minha maior angústia foi perceber que embora a escola esteja tentando muitos caminhos para melhorar a aprendizagem dos alunos os resultados são lentos e novos problemas estão sempre a aparecer. Mas ainda assim o incentivo a uma prática mais eficaz e ao desenvolvimento de ações mais significativas para os educando e ainda me parece o melhor caminho para uma mudança que sinto está distante, mas que é possível de se ter.
O módulo V “Como construir e desenvolver os princípios de conivência democrática na Escola?”  traz como objetivos desenvolver a capacidade de planejar e liderar as questões de convívio democrático na escola, buscando ações que possam concretizar a construção desse convívio propondo medidas para essa construção por meio de parcerias e com o apoio do regimento Escolar e da legislação vigente. O estudo deste módulo proporcionou uma reflexão sobre como a escola se relaciona com seus segmentos e com a comunidade e como esse espaço de convivência está organizado, para tanto foi preciso que buscássemos entender como o processo democrático se estabelece nesse espaço.
 Questões como solidariedade, ética, respeito, visão de sociedade, mundo do trabalho e liderança foram postas em pauta, apontando os gestores como responsáveis diretos por movimentar esse processo. O módulo evidencia também as barreiras enfrentadas pelas escolas para a construção de uma convivência democrática, pois a escola é um organismo vivo da sociedade e dentro dela há espaço para diferenças e muitas contradições: diversas formas de expressão, de interesses diversos, linguagens diferentes, idéias contraditórias, sem contar nas formas que essas diferenças e contradições podem se apresentar, como por exemplo através da violência, da injustiça, do preconceito, da intolerância, do autoritarismo, bem como da solidariedade, do compromisso, da coletividade, do respeito o próximo, da liberdade de expressão.
 Neste contexto os textos evidenciam através de relatos de experiências e de simulação de situações os caminhos que a escola deve trilhar para construir um espaço de convivência democrática apontando formas de controlar a violência escolar  buscando nas  parcerias e na mobilização social um apoio para a organização de espaço escolar que tenha a cidadania e um projeto  de enxergar  e ler o mundo de maneira diferente, com maior segurança para que os educando e sociedade posse vislumbrar melhor a escola que se quer, a educação que necessita e o tipo de homem que pretende ser.
O encontro do dia 28 de setembro, trouxe as experiências vivenciadas nas escolas da rede municipal no combate a violência, ao preconceito e como essas escolas se organizam, como fazem suas parcerias e também as dificuldades que cada uma encontraram e ainda encontram na busca por um espaço de convivência escolar mais democrático. Uma preocupação dos grupo e que ainda é um grande desafio para as escola é a participação  e acompanhamento dos pais. Muitas das dificuldades do ensino foi atribuído pelo fato da escola ter  que  assumir sozinha muitas questões, que nem de longe são somente as de cunho pedagógico e administrativo.
O debate sobre como a legislação proporcionou a reflexão de como esta pode ajudar a planejar e organizar as ações escolares e regulamentando e direcionando essas ações foi especialmente interessante.
A socialização das atividades 1 e 2 foi muito interessante, pois cada escola pode demonstrar como estava firmando parcerias e como essas vinham ajudando a escola a construir o seu espaço de convivência democrática, outras demonstraram a dificuldade que estavam encontrando e pode ver na troca dessas experiências as possibilidades de melhorar o ambiente escolar e consequentemente  melhor proporcionar um ensino de qualidade.

A leitura do módulo VI “Como gerenciar os recursos financeiros?” trouxe a tona um assunto bem conhecido pelos gestores, principalmente daqueles que são  presidentes de unidades executoras das escolas e ou que fazem parte dos conselhos fiscais dessas unidades. O que mais me chamou a atenção foi o detalhamento das etapas constituídas de Planejamento, execução, prestação de contas, e captação de recursos. O módulo trouxe nos seus textos um verdadeiro arsenal de informações uteis ao gerenciamento dos recursos financeiros e todos os cuidados para que os recursos sejam aplicados com zelando pela aprendizagem dos alunos nas escolas públicas e privadas sem fins lucrativos.
            As discussões do encontro do dia 26 de outubro, trouxeram a tona uma questão pouco difundida nas escolas, até por conta de sua complexidade. Iniciaram-se as discussões sobre os sistemas de ensino e suas composições e forma de aplicação dos recursos financeiros, dirimindo duvidas sobre as a aplicação centralizada e descentralizada e observando que de forma descentralizada, observou-se que essa forma é interessante para que as escolas possam resolver pequenos problemas.  Discutiu-se os princípios de aplicação dos recursos públicos legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e a importância de que eles tem para o boa aplicação e pensando nos resultados que vêm dessa prática. O PDDE, assunto bem debatido pelos cursistas, por fazer parte da realidade dos gestores e pelas unidades executoras, deixou de ser um “bicho de sete cabeças” para se tornar assunto do cotidiano.
 As questões sobre a legislação – as orçamentárias, a lei de licitação, a de responsabilidade ficais, e toda que versam sobre a prestação de contas versando um pouco sobre o controle interno e externo, os conselhos fiscais e os órgãos de controle e fiscalização das contas a quem os gestores devem remeter suas contas. Os instrumentos públicos que versam sobre os recursos que serão aplicados nos municípios o PPA, LDO, LOA que hoje já devem está vinculadas às ações ao Plano de Ações Articulas e Plano Municipal de Educação. Debateu-se também a ligação entre a gestão financeira da escola e o Projeto Político Pedagógico. As ações financiáveis devem constar no PPP e bem como a viabilidade dos recursos.  Discutiu-se também os tipos de despesas: as de custeio e as de capital... A origem dos recursos e os cuidados com a prestação de contas de acordo com as exigências legais e aos órgãos de responsabilidade. O bloco das parcerias deu uma idéia de como nos organizamos para fazer as parceiras com eficiência e dentro dos princípios da legalidade e probidade administrativa e de gestão.
A socialização das atividades 4 e 11 deu oportunidade para que aprendêssemos com a experiência das demais escolas, bem como o exercício de simular a programação da verba e organizar as compras de acordo as normas legais e vigentes.
O encontro foi bastante proveitoso, houve dúvidas e o interesse dos cursistas foi a peça chave das discussões. Apesar de o tema causar certo “repúdio” aos gestores, pela dimensão técnica, muito minuciosa, a socialização dos estudos e das atividades realizadas, bem como a técnica do bingo, deixou o tema mais atrativo e muito interessante.
O estudo do módulo VII, Como Gerenciar o espaço físico e o patrimônio da escola?” no seu primeiro texto, a princípio trouxe uma certa nostalgia porque, como já mencionei anteriormente, sou gestora da escola em que estudei todo o ensino fundamental, e reconhecer que o patrimônio imaterial é muito mais valioso, pelo menos pra mim, que o material, me dá uma saudade de professores que fazem que já se aposentaram, mas que fazem parte da nossa identidade e seus rostos estão espalhados pela escolas em fotos, desenhos, placas ou em atividades que se eternizaram nesses 38 anos e fazem parte da história da escola.
Mas nostalgia a parte, o módulo traz uma discussão muito interessante sobre o patrimônio do ponto de vista público e o porque  dele ser tão ameaçado, por agentes internos e externos e relaciona essa ameaça à relação de pertinência: se é meu e estou usufruindo e eu faço parte e reconheço esse pertencimento, eu cuido, se não faço parte, se não é meu ou se não me vejo inserido no processo eu não cuido e até degrado. Essa reflexão exige da gestão uma articulação com a comunidade para que tanto o público interno e externo conceba o patrimônio escolar seja material ou imaterial, como um bem de todos. 
A unidade 2 pontua as questões de planejamento, gestão em rede, identidade e autonomia escolar e como o patrimônio é importante nesta perspectiva.
As discussões do encontro do dia 29 de novembro, foi de fundamental importância para que tirássemos algumas dúvidas sobre aquisição de material, as responsabilidades legais, e os cuidados que a gestão deve ter com os bem materiais e imateriais da escola.
A atividade de jogo de apostas desenvolvido pela tutora da turma trouxe uma empolgação interessante para a reflexão do conteúdo do módulo, por meio de perguntas e respostas às questões de autonomia, gerencia e responsabilidade com o patrimônio da escola.
A apresentação das atividades 3 e 5 de socialização  foram muito discutidas e tiveram grande relevância para nosso aprendizado

O último módulo estudado " Como desenvolver a gestão dos servidores na escola?, trouxe uma discussão sobre os profissionais da escola e seus direitos e deveres, com relevantes contribuições  para  o entendimento docente dos documentos que regem a carreira dos profissionais da educação, bem como a importância de conhecer a legislação, penalidades administrativas, avaliação de desempenho, formação e as relações interpessoais. 

Foi Importante observar também os cuidados com o tratamento com os profissionais da escola, o respeito e boa convivência, partindo da exigência do cumprimento dos deveres e do respeito aos direitos.


O encontro do dia 07 de dezembro, além de salientar as discussões dos módulos anteriores, culminou com as questões sobre como os gestores devem se apropriar da legislação, para defender os interesses da escola, bem como envolver os profissionais da desta com suas obrigações resguardando os direitos individuais e coletivos de cada um.


Por fim, devo dizer que estudar o progestão foi de grande valia pra mim, apesar de ter cursado vários cursos na área de gestão pude perceber que cada um traz o processo de gerir, principalmente quando se trata de uma gestão democrática, sob uma ótima diferente, sempre de um ponto de vista novo. Percebi então que tenho a aprender.
Cada encontro, cada módulo estudado, cada leitura complementar trazia um elemento novo, uma nova percepção. Por isso o curso foi muito proveitoso, apesar de muito cansativo.
As atividades necessitavam de tempo e às vezes, já eram atividades que estávamos desenvolvendo na escola, então muitas delas foram reorganizadas para atender a proposta do curso.
O progestão mexeu com a rotina da escola, envolveu parte da comunidade, uniu os cursistas  que não eram todos gestores, numa equipe para gerir.
       Talvez não tenha conseguido alcançar o objetivo do curso. Mas com certeza criei condições de aprendizagem para meu fazer gestor.





Nenhum comentário:

Postar um comentário