segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

1. IÇANDO VELAS: UM PRIMEIRO OLHAR

O Progestão,  a priori,  foi encarado como mais uma formação, que vinha para contribuir para o aprimoramento profissional de modo geral, imbuída aí uma preocupação com o tempo e os reais objetivos do curso, pois a maioria dos componentes do grupo não fazem parte da gestão diretamente, são professores e coordenadores, bem como os gestores que só tem mais um ano de tempo na  direção, pois a direção das escolas municipais são renovadas a cada dois anos pelo processo de eleição direta. Havia ainda um desconforto na metodologia do curso, sempre com tarefas para serem desenvolvidas na escola e apresentadas para todos os cursistas a cada mês, nos encontros presenciais. No inicio, para desenvolver as atividades, acreditávamos que essas não seriam credibilizadas  pela comunidade escolar, por estarem relacionadas a mais um curso de formação em serviço, que pouco contribui para as atividades práticas da escola. Segundo a professora Christyanne Freitas, o curso pouco contribuiria para sua formação, pois ela é professora de Geografia e não conseguia perceber a importância de um curso de gestão para sua área de trabalho, já que não tinha nenhuma intenção de se candidatar a diretor. Já a professora Ijânea Cardoso, sua maior expectativa era a possibilidade de o curso se transformar numa pós graduação latu senso, em nível de especialização. Maria Aparecida Alves estava em busca de mais um curso de formação de longa duração que pudesse ser usado para lograr incentivo remunerado em sua carreira. A professora Ivanete Maria Gomes relatou que apesar de não te nenhum tempo para cursar o Progestão, esperava que o curso trouxesse um pouco mais de conhecimento para que pudesse aplica-lo em sua prática. A professora Ivana de Freitas falou do receio de fazer o curso, pois tinha sido inscrita pela escola onde era vice-diretora interina, e como estava curiosa tinha muita expectativa de um aprendizado novo, ao mesmo tempo que tinha medo de não conseguir dar conta de tanta atividade e de desenvolver as ações, pois já não era mais vice-diretora. Segundo a diretora Iziane Lima esse curso seria mais uma responsabilidade para assumir, pois tinha feito a inscrição em 2009 e nem mais se lembrava que estava inscrita e tinha feito inclusive uma pós graduação na área, e que teria mais uma atividade no meio de tantas outras, mas assumia como uma responsabilidade a cumprir.
De modo geral o grupo não confiava muito na formação em si, mas se responsabilizavam por mais uma atividade. Apostaram na força de vontade e também na oportunidade de uma formação que pudesse ajudar a escola como um todo e em adquirir mais conhecimento do ponto de vista profissional de cada uma.
Foi assim o nosso começo, cheio de dúvidas e preocupações.

2. FORTALECENDO LAÇOS: APROVEITANDO O QUE TEMOS DE MELHOR

Depois do primeiro encontro o grupo de  gestores das atividades do Progestão do G.E.C.A.C, buscou-se alinhar um pensamento com a comunidade escolar. Começamos realizando uma reunião com os professores, ponto forte e positivo na escola, pois no Grupo Escolar Colônia Agrícola de Ceraíma os professores, funcionários e direção sempre se reúnem para decidir os rumos da escola. Tendo esse momento como forte aliado,  o grupo expôs a dinâmica do curso e falou sobre a necessidade de participação de todos, como trabalho de formação que não beneficiaria somente aos cursistas, mas que estaria refletindo diretamente na forma de organização da gestão, bem como no desenvolvimento das ações da escola, que eram de responsabilidade de todos. Para alívio do grupo a equipe escolar, ainda sem a participação dos pais e dos alunos, somente com representação do colegiado, apoiou com entusiasmo a proposta do curso e se dispuseram a realizar as atividades que lhes fossem propostas durante o curso.
A primeira atividade trouxe uma satisfação muito grande a equipe escolar, pois começamos com uma atividade que tirou os pais da condição de ouvintes para a experiência do falar, e nós gestores, professores, funcionários e colegiados passamos para a condição de ouvintes, com muito gosto. E assim passou-se às próximas atividades, que trouxeram mais as pessoas para perto, os pais queriam saber sobre, os professores observaram a movimentação, os alunos queriam participar. Daí as atividades que envolviam a comunidade com maior número de pessoas eram sempre bem aceitas. As reuniões aconteciam quinzenalmente, pois o grupo era grande e tinha professores  que tinham aulas e tantas outras atividades, bem como os gestores, acarretados de mais afazeres e funções. Estudávamos o módulo anteriormente, nos reuníamos para tirar dúvidas e montar as estratégias para a realização das atividades que seriam apresentadas e dividíamos as tarefas para serem executadas e logo após nos reuníamos novamente para preparar a apresentação da atividade para o cursistas no encontro presencial.

3. EXERCITANDO A GESTÃO DEMOCRÁTICA

De acordo com os estudos realizados nos módulos do Progestão, a função social primordial da escola é a transmissão do conhecimento sistematizado bem explicito, visando desenvolver o educando de maneira plena: o desenvolvimento das potencialidades físicas, cognitivas e afetiva dos alunos por meio da aprendizagem dos conteúdos, que deve acontecer de forma contextualizada a fim de prepará-lo para o exercício da cidadania.
Isso implica a construção do processo democrático que é construído no cotidiano das nossas relações, sendo fruto do trabalho coletivo realizado no ambiente escolar através da participação de todos. Esse processo de gestão democrática participativa reúne diferentes formas de participação coletiva da comunidade escolar e local nos processos de administração e recursos, na coordenação de pessoas e na elaboração de projetos educacionais, objetivando garantir uma educação de qualidade.
A forma de organização desse processo é decisiva para o sucesso ou fracasso da qualidade de ensino, cabe ao gestor com seu profissionalismo e competência conquistar a confiança e o respeito da comunidade escolar, favorecendo assim, um ambiente propício à aprendizagem.
Dentro desse contexto o módulo I nos oportunizou experiências relevantes no sentido de promover a participação de todos os segmentos da escola no processo de ensino e aprendizagem, com atividades que permitiu reunir todos os envolvidos no processo educacional (professores, alunos, pais, funcionários e gestores), para refletir questões envolvendo a relação comunidade X escola. Para tanto foi necessário organizar e realizar reuniões que contaram com a participação de todos.
Outro ponto discutido na reunião referiu-se aos conteúdos trabalhados e sua adequação à realidade local. Pensando assim a gestão democrática é vista como um instrumento que contribui para a construção da cidadania, uma vez que ela se mostra como um processo político participativo, cujo objetivo é organizar e orientar a prática social de uma educação de qualidade para todos.

A construção, bem como o desenvolvimento dos princípios de convivência democrática da escola, deve ser fundamentada nos ideais da coletividade, isso significa um trabalho voltado para a diversidade cultural, buscando a valorização do diálogo através das diferentes formas de expressar seus pensamentos. Oportunizando a participação consciente de cada um dos envolvidos tanto nas decisões, quanto no planejamento das ações educativas
Reportando–nos ao módulo II podemos citar normas e leis que regulamenta a participação de todos no processo de ensino aprendizagem de modo a compreender que para haver a multiplicidade numa unidade de ensino é preciso compartilhar suas ações como afirma a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nos seus Artigos 14 e 15.
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público.


Nessa ótica, fica claro que a escola deve ser um espaço de convivência para alunos, professores, família e comunidade, a relação de interdependência é muito forte uma vez que a prática de gestão não se desenvolve de modo solitário, pois a escola não é uma instituição neutra, muito pelo contrário, esta prática só se torna efetiva mediante trabalho em equipe, com o envolvimento de diversas pessoas.
  Considerando o que foi abordado nos módulos I, II e V, percebe-se que a valorização da educação como um todo em relação ao desenvolvimento social e o respeito à cultura local, promove uma gestão participativa integrada, articulada ao projeto político pedagógico e, que a construção do mesmo depende de uma boa convivência democrática. Vale ainda ressaltar que por uma prática pedagógica voltada para a convivência democrática, a educação de modo geral e a escola de modo específico tem três funções básicas: formar o indivíduo, formar o cidadão e formar o profissional, ou seja, oferecer ao educando uma formação integral. 

4. NAVEGANDO JUNTOS: CONSTRUINDO UMA ALDEIA DE SONHOS POSSÍVEIS


Com o trabalho conjunto foi possível observar que a escola continua enfrentando graves problemas como a evasão, a repetência, defasagem idade série, falta de apoio do poder público municipal (profissionais especialistas nas áreas pedagógicas e de assistência social e administrativa), e tendo ainda uma dificuldade para assumir em condições teóricas e práticas uma proposta de educação coletiva e inclusiva que evidencie a concepção de educação que norteia o trabalho desenvolvido na comunidade escolar.
Entendendo que as dificuldades vão continuar existindo e que o compromisso que temos é com o sujeito que sustenta as melhores e as mais sofridas escolas públicas deste país, procuramos dialogar com o objetivo de desenvolver ações na busca de soluções para os problemas mais urgentes e construir caminhos para sanar as maiores dificuldades.
Estas ações estão vinculadas a todos os programas, conteúdos, metodologias e avaliações a serem desenvolvidas no projeto político pedagógico, de forma interdisciplinar e modificados e reavaliados quando necessário, uma vez que os mesmos apresentam uma base de reflexão através da ação.
Ao pensar nosso projeto com uma proposta pedagógica que atendesse aos anseios de nossa comunidade, fez-se necessário analisar também os programas que adotamos, que ora parecem trilhar uma prática tradicional e com raízes no behaviorismo, como os programas de Aceleração para Jovens e Adultos, que fazem parte de nossa programação e que apesar de serem programas prontos são adequados à nossa concepção de Educação, que vem sendo construída nos últimos anos pensando um sujeito mais autônomo e ativo, mas que não aprende por si só, que necessita de orientação pedagógica e do outro sujeito – o orientador, intermediador e das reflexões que podem ser feitas a partir do diálogo. Assim sendo, citamos Paulo Freire, que na busca da autonomia propõe um trabalho voltado para o social, para o ser plural, da libertação por meio da educação, que tem como principal método o diálogo, numa relação intima entre sujeito – objeto – sujeito.
Dentro desta proposta que não foi criada nesse momento e que parece um pouco complexa, mas que foi revisada e discutida, identificamos o papel  dos gestores  como indispensável, pois  são os responsáveis pela maioria das  ações. Para tanto, apresentamos uma proposta pedagógica coletiva fundamentada basicamente nas ideias de Jean Piaget e Vygotsky, pois a escola atende crianças da educação Infantil e Ensino Fundamental, nas modalidades regular, EJA e especial, buscando a construção do saber partindo do reconhecimento de um sujeito histórico, político e social, que possa assumir seu espaço na sociedade como um cidadão de direitos com responsabilidade social. Portanto há uma tendência maior à teoria sócio-interacionista que identifica o ser humano como uma totalidade, onde o aprender é descobrir, modificar, inventar com base nas potencialidades natas e na sua interação com o mundo, construindo e reconstruindo a partir do conhecimento do meio até a sistematização escolar.
Segundo Vigotsky, a situação de aprendizado com o qual o educando se defronta na escola tem sempre relação com os conceitos que ela já formulou a partir de suas experiências. O Aprendizado escolar produz algo novo no seu desenvolvimento. Da mesma forma que os conhecimentos espontâneos interferem na compreensão dos conhecimentos específicos, estes últimos modificam a qualidade dos primeiros. Diagnosticar a zona de desenvolvimento proximal e real (VIGOTSKY,1989) possibilita  ao educador entender o curso interno do desenvolvimento do aluno, dirigindo sua prática educativa para que o que hoje a criança faz mediante a sua intervenção seja a sua zona de desenvolvimento real amanhã.
Pensando assim a escola deve possibilitar ao homem ser contemporâneo de seu tempo, submetendo as tendências universais a uma análise crítica para determinar a validade da universalidade para sua particularidade. Responder simultaneamente aos problemas postos pela particularidade e aos desafios da humanidade no que há de mais universal é função da escola. Desvelar a realidade pressupõe sujeitos autônomos que interajam no meio social. Piaget propõe como finalidade para educação favorecer a construção da autonomia do sujeito: moral e intelectual. Para Vigotsky, o sujeito é capaz de transformar o meio pela ação-interação, o que pressupõe um alto grau de autonomia, o que requer a descentralização do seu ponto de vista para se colocar no ponto de vista dos outros e acata-lo como seu, se assim for decidido pela maioria, isso pressupõe uma educação que é antes de tudo um ato político.
O Regimento Escolar pensado e discutido com todos os seguimentos, seguindo uma base padrão da legislação vigente, traz nossas particularidades, garante o desenvolvimento das ações, assegura a gerencia das pessoas e dos processos de forma alinhada com o pensamento da comunidade escolar e da proposta pedagógica da escola. Este dará base legal ao funcionamento da escola que conduzirá o processo de ensino para que no desenrolar de suas atividades a aprendizagem possa acontecer.
 Os recursos financeiros do Colônia Agrícola geridos pela Comunidade escolar são advindos de programas do Governo Federal como o PDDE, PDE-Escola, PDDE acessibilidade. Esses são os principais recursos administrados pela escola, que conta com a participação do Colegiado escolar do conselho docente e do Conselho fiscal. As ações financiáveis são amplamente discutidas com o conselho docente e com o colegiado e a prestação de contas é feita rigorosamente.
Ações de infraestrutura e de pessoal são executadas pela Secretaria Municipal de Educação e pequenas ações de mobilização da comunidade e de festividades são realizadas com o apoio da comunidade e patrocínios e com boas parcerias no âmbito da comunidade que além de ajudar na execução das ações cria um laço de responsabilidade social reciproca e confiável.
Com um trabalho conjunto e afiado com as propostas que já tínhamos foi possível realizar melhor as ações que a comunidade escolar tinha para o ano e alinhar as atividades do Progestão, a saber:
Ø  Realização das reuniões ordinárias de pais e mestres de acordo com o calendário escolar;
Ø  Realização do projeto de concurso poesia sobre drogas com parceria com IF baiano- Campus Guanambi, implementação da sala multifuncional com atendimento aos alunos com deficiência no contra turno;
Ø  Melhoramento do projeto de avaliação incluindo a avaliação da gestão e dos professores;
Ø  Oferecimento de formação digital para os funcionários da escola;
Ø  Realização do I ciclo de palestras sobre inclusão para pais, funcionários, professores e todos os alunos da escola;
Ø  Revisão do Regimento escolar com a participação de todos os envolvimentos;
Ø  Análise do rendimento escolar em conselhos de classe a cada bimestre
Ø  Realização de grupo de estudos com os alunos com dificuldade no Fundamental II.

5. HAVIA UMA PEDRA NO MEIO DO CAMINHO: NEM TUDO SÃO FLORES

5.1. Dificuldades administrativas
 Durante o curso muitas foram nossas dificuldades, pois no movimento rotineiro da escola muitos “incêndios” aconteciam e nossa preocupação maior era não deixar que fôssemos apenas os agentes que apagavam o fogo. A falta de professor substituto para suprir a ausência daqueles que estavam cursando a Plataforma Freire, bem como a ausência dos professores enquanto estavam no curso, se tornaram verdadeiros incêndios na escola, pois a equipe gestora tinha que resolver problemas que não eram de sua responsabilidade imediata. Fazer com que o professor cumprisse a responsabilidade de acompanhamento do recreio e a dificuldade de formação pedagógica dos professores para a utilização do laboratório, trouxe alguns transtornos na execução do PPP e  consequentemente do plano traçado pela equipe gestora para ao ano.
5.2. Dificuldades Pedagógicas
As maiores dificuldades pedagógicas encontradas ainda estão no não acompanhamento dos pais nas atividades de casa, na ausência de professor substituto nas reuniões gerais e planejamento da escola, pois esses não recebem para tal planejamento. Então fica difícil o acompanhamento desse profissional na escola, nas discussões e no desenvolvimento do PPP, e consequentemente as ações de intervenção no processo de ensino são também prejudicadas.
5.3. Dificuldades Financeiras
As  dificuldades de recursos financeiros para execução de algumas ações, também atrapalhou um pouco, mas as parcerias foram grandes aliadas nessas questões. Já a não construção ou reforma do prédio escolar pela Secretaria de Educação, deixou todo a equipe frustrada, pois a escola está muito degradada, o prédio é velho e o projeto da construção da nova escola já devia ter sido concluído, mas como a escola não tem autonomia financeira para essa ação, as dificuldades com alguns outros “incêndios”, como canos estourados, problemas com fechaduras, esgoto transbordando, quedas de energia, e falta de água por conta de problemas na rede hidráulica... prejudicou um pouco o trabalho da equipe gestora  que ficou com tempo mais curto para suas reuniões de estudos e realização de ações.
Poucas foram as dificuldades, a falta de tempo para as reuniões e estudos coletivos, a disponibilidade de todos os segmentos da escola na participação das atividades foram as principais.

6. ENCONTRANDO PISTAS: O ESPÍRITO DE EQUIPE FEZ A DIFERENÇA

O caminho já havia sido traçado anteriormente pelo PPP da escola, mas o programa orientou  a reorganização de ações que muito facilitaram o desenvolvimento das atividades, tais como: pesquisa de opinião, reunião de pais, reunião de professores, aproveitamento das boas iniciativas para exposição, a questão financeira não houve como melhorar, então a alternativa foi prever o orçamento e enviar para a SEC, no administrativo a falta de pessoal é muito grande,  e como a autonomia da escola é relativa, não foi possível encontrar uma alternativa que não fosse solicitar os serviços da Sec. As parcerias com os IF, A SEC, e a comunidade foi importante para a realização de muitas ações para suprir muitas das dificuldades. Grupo de estudos com alunos com dificuldades em linguagens: leitura e interpretação e matemática. Melhorar a forma de avaliação paralela  para tentar melhorar o rendimento dos alunos que ainda é baixo.
Nesse interim, percebemos que a nossa maior força era o espírito de equipe, quando fazíamos com a participação de todos e ouvindo nossos pares a responsabilidade era dividida e encontramos na equipe a força para traçar um caminho mais consistente, e dando vida ao nosso PPP, que já previa a maioria de nossas ações.

7. TRAÇANDO A ROTA: A LANTERNA QUE FALTAVA

Retratar a escola reconhecendo suas dificuldades e seus sonhos é o primeiro passo para a construção de sua identidade. A autonomia da escola está na busca pela sua apropriação de fato e não por decreto.  A escola só constrói sua identidade a partir do olhar sobre seu patrimônio imaterial, observando que o público é responsabilidade de todos e de cada um. Fazer uma relação de pertencimento da cultura e do conhecimento da escola fortalece a autonomia da escola que embora seja relativa quanto aos recursos financeiros e até quanto ao currículo, no diz respeito à base comum nacional, é um ponto de partida para as próprias construções, para que cada um se aproprie do conhecimento e da diferença que este pode trazer para a escola e para a comunidade.

Ter conhecimento de como a escola funciona nos seus aspectos financeiros, avaliação institucional, e ter ciência da função de cada um dentro da escola, bem como de seus direitos permite a instituição se reconhecer enquanto responsável pelas funções, dando a cada um uma parcela dessa responsabilidade. Assim se constrói a identidade que também modifica, a partir da mudança que seus sujeitos admitem para seu ser coletivo e individual.

O grupo que já vinha construindo um olhar mais dinâmico sobre a autonomia da escola observou que é preciso construir esta junto com todos os segmentos da escola, e tem na gestão democrática dos processos e das pessoas como caminho, a luz que faltava para desenvolver um projeto político pedagógico que já apontava para o caminho da mudança.